
Céu de bronze afaga a fronteira
Boitatá domina o brilho do rio
O breu devora um arco-íris
Estrelas acampadas piscam
O carro da solidão beija a margem
A vida estaciona frente ao vazio
Frio do motor emperra o destino
Dor precoce formata um aviso
A terra aguarda antes da chuva
Passos antigos velam por mim
Sombras afogam a paisagem
Aves fogem da tarde como anjos
Buscam paragens onde haja lua
Torcem, de longe, por um milagre
Nei Duclós