terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Poema no Anzol

O peixe deixa-se fisgar para entender tudo
Essa sombra que se curva como um convite

Usou o braço que o suga no mistério em fuga
Queria conhecer o sol, mas já é crepúsculo

Sabe que não pode voltar depois do salto
As espirais na água são o fim da linha

O peixe quis saber o motivo da armadilha
O perfil do mundo que o puxa para cima

Antes de sumir vemos que treme sem luta
À espera do milagre na paisagem tardia

Quem sabe o homem no auge do sufoco
Poupe-o do anzol e de tantas perguntas

O peixe enfim aflora como palavra oculta
Como poema no fundo que ronda o espinhel

O pescador enganou-o com iscas e silêncio
Agora observa a cena de prata do seu corpo

A noite de tocaia cerca as margens escuras
Surda sala de espera de uma nova estrela

Poeta uruguaianense Nei Duclós sobre foto de A. Petroceli

Pescador

Excitação e calmaria no pesqueiro do Tamandaré Iate Clube

Fronteira

Construção inglesa sobre rio Quarai na divisa Brasil e Uruguai

Rio Uruguai

Remando contra corrente...

Bomba d'água


Outrora a velha bomba foi de suma importância na irrigação do grão