terça-feira, 19 de julho de 2011

Brilho na Sombra


Céu de bronze afaga a fronteira
Boitatá domina o brilho do rio
O breu devora um arco-íris
Estrelas acampadas piscam

O carro da solidão beija a margem
A vida estaciona frente ao vazio
Frio do motor emperra o destino
Dor precoce formata um aviso

A terra aguarda antes da chuva
Passos antigos velam por mim
Sombras afogam a paisagem

Aves fogem da tarde como anjos
Buscam paragens onde haja lua
Torcem, de longe, por um milagre

Nei Duclós

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