SEPÉ
É longe que se escuta o tempo
No morro agita-se um lenço
O sino que alarma o reino
O cheiro que anuncia o sangue
Tiaraju no campo, corpo que tange
o gado veemente
O incêndio contra a paz sem honra
A solidão na história que não conta
Em cada músculo, o começo do Rio Grande
e seu próprio fim, trágica semente
Segredo que o minuano sopra
na grama transformada em soja
Hoje, palavra de sempre
Nei Duclós
(Do livro No Mar, Veremos)