terça-feira, 18 de novembro de 2014
sábado, 13 de setembro de 2014
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Naves espaciais
Alheio às conquistas espaciais,
longe dos homens que engenham guerras,
sabe apenas das coisas que o rodeiam
nesse seu mundo,
atrás dos aramados.
Conhece a oração da ramaria
que o sarandi sussura, ajoelhado,
quando por ele passa a ventania;
conhece a paz que nasce
em cada chuva
e canta em cada flor;
sabe do sol que volta a cada dia,
como a esperança que, ontem, perdeu;
sabe da luz igual das três-marias,
da ternura dos bichos pelas crias,
do carinho da terra onde nasceu...
Sol de seu rancho...
Lua de seus sonhos...
No universo sem fim dos verdes campos,
a órbita final dos aramados.
A ti que, em vez do ímpeto selvagem
do potro que se atira contra os ventos
numa ânsia animal de liberdade,
conheces o furor da espaçonave
a derrubar barreiras e mistérios,
em busca da razão e da verdade;
a ti, que és seu irmão e és astronauta,
peço que não esqueças que ele existe.
Dá-lhe um pouco do muito que alcançares
dos progressos dos homens deste tempo,
das conquistas de mundos colossais.
Talvez penses que em face do universo
um rancho e o pampa nada representam;
a paz das chuvas... a razão das flores...
a ternura dos bichos... os seus sonhos...
e esse amor à terra onde nasceu.
Mas se um dia te cansares
de em naves espaciais cruzar o cosmo,
nessa busca febril do ignoto,
nessa ânsia de luz do ser humano
mesmo assim não esqueças que ele existe
e que em seu mundo ainda, como antes,
há de cantar a paz
na flor dos campos,
há de florir o amor
em cada chuva,
no brilho sempre igual das três-marias,
na ternura dos bichos pelas crias,
no carinho da terra onde nasceu;
há de rezar a Deus
a voz dos ventos
e há de voltar
a cada novo dia
toda a esperança que, ontem, morreu!
Colmar Duarte - Poeta uruguaianense
Sesmaria dos Ventos -1979
sábado, 3 de novembro de 2012
Hora de fechar a janela
CONQUISTA
Estive por acaso na sala seleta
onde a beldade planificava a defesa
dos animais em extermínio
e quando estranhou minha presença
perguntou quem eu era e sabendo
me obrigou a ler um poema intrincado
de eminente autor francês que exigia
esmerado sotaque
Mas como tive ginásio e me concentro
no desafio como um cachorro brabo
li devagar mergulhando em cada acento
e não sei se por compaixão ou desprezo
ela me aceitou na roda me dando encargos
Fui nomeado interventor de um sítio imenso
dos javalis de Madagascar, se não me falha
a história bizarra daquela tarde
Como não havia outros poetas
ela se aproximou da lábia
que imaginava em mim devido ao afinco
de me sair bem na tarefa humilhante
e acabamos sós atrás de cortinas
numa varanda diante da extrema luz
da cidade que conhecia pouco demais
onde estava na missão de não ser nada
Saímos para uma das avenidas famosas
e para os becos e bares manjados
exaustos do mito que sobre o teto e o piso
Mas o encanto da mulher ignorava o ambiente
ela estava grudado em algo perto da palavra
um verso que eu disse quase sem querer
e isso nos jogou na vertigem de hotel barato
e só conto isso porque amanheceu de fato
Acordamos num quadro impressionista
Monet, Manet, Renoir, não importa
ela tinha o rosto imóvel para mim, de joelhos
dobrados que desciam o vestido até a cintura
Não respirava mais, a defensora da natrureza
era um suspiro só depois da noite de esplendor
Éramos parte dos alaridos que nos cercavam
Foi assim que conquistei Paris, a cidade do amor
Nei Duclós - Poeta uruguaianense
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Divisa
Bem no meio da ponte internacional, onde o rio Uruguai é o mesmo, compartilhado pelos dois países com o mesmo senso de propriedade, mas nem sempre com o mesmo respeito e obrigações que o manancial carece...
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Multiplicando II
SEPÉ
É longe que se escuta o tempo
No morro agita-se um lenço
O sino que alarma o reino
O cheiro que anuncia o sangue
Tiaraju no campo, corpo que tange
o gado veemente
O incêndio contra a paz sem honra
A solidão na história que não conta
Em cada músculo, o começo do Rio Grande
e seu próprio fim, trágica semente
Segredo que o minuano sopra
na grama transformada em soja
Hoje, palavra de sempre
Nei Duclós
(Do livro No Mar, Veremos)
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
A PRAÇA
A praça ficava depois do cinema
adolescência com Bardot em cena
árvores de namoro antes da missa
memória da idade sem surpresas
quando o mundo era estável e sereno
e não ultrapassava Uruguaiana
lá vivemos, sem saber, a utopia
livros não iam além de Castro Alves
Em frente ao amor existia a igreja
onde casavam princesas e parentes
íamos só ver as moças, como sempre
Esse é o espaço da profunda fronteira
a que some de vista mas fica o remanso
por estar dentro de nós, graça suprema
Nei Duclós - Poeta uruguaianense
terça-feira, 21 de agosto de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
Fronteira
Sobre o rio Quarai, a desativada ponte da ferrovia faz dupla com a contemporânea ponte internacional que liga Barra do Quarai-BR e Bella Union-UY
domingo, 24 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Vestida de sonhos
Veludo
Roupa é o corpo imaginado
desenho do sonho sem ruído
a não ser um roçar pleno de fios
e um copo oculto de vinho nobre
Vestes cachecol e te transformas
o inverno se cobre com tua graça
esqueces a dor do frio e a chuva
és aquecida com a lã do charme
E teus vestidos! A blusa de marfim
As meias decidem a sorte dos sapatos
fazem dos joelhos maravilhoso alarde
Há os ombros que tão bem embrulhas
num toque de veludo que acaba comigo
serviço completo quando tiras tudo
Nei Duclós - Poeta uruguaianense
segunda-feira, 28 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Tempestade
De Uruguaiana-Brasil, observo o forte vento vindo do lado argentino, soprar as águas do rio Uruguai...
sexta-feira, 11 de maio de 2012
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